Anualmente milhares de aves morrem após se chocarem contra vidros e vidraças de construções e de prédios no mundo todo. Segundo a ABC Birds, Organização de Conservação de Aves Americanas, cerca de um bilhão de aves morrem ao colidir com prédios nos Estados Unidos todos os anos.
No Brasil, ainda não existem números oficiais sobre o número de mortes, mas a Organização SOS Aves & Cia estima que, pelo menos, 70% dos animais resgatados pela instituição foram vítimas de colisões com prédios de fachadas de vidro comum ou espelhado.
As aves enxergam muito bem, o problema, é reconhecerem ou entenderem a presença do vidro, ou seja, uma questão cognitiva. Por não assimilarem a presença do componente na natureza, as aves se comportam como se o material incolor fizesse parte do meio, sendo invisível a elas enquanto voam. Assim, o vidro transparente impossibilita que as aves o reconheçam como obstáculo, ao passo que o vidro espelhado causa desorientação.
Segundo especialistas, as aves não conseguem distinguir o que é real do que é reflexo durante os voos, de modo que diversas espécies de pássaros acabam por colidir e falecer, geralmente em decorrência de hemorragia cerebral e dos órgãos. A mortandade de aves é prejudicial ao equilíbrio do
ecossistema, ainda mais num município como o nosso, que possui m área de preservação ambiental.
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Visando a preservação da rica fauna local, a prevenção e a redução do número de colisões de aves com vidros transparentes e espelhados na cidade, a vereadora Fernanda Moreno (MDB) apresentou o Projeto de Lei 70/20, para que seja instituída, na cidade, a Campanha “Salvem as Aves”, como forma de política pública que, se aprovada, vai estimular construções seguras, com aplicação de métodos capazes de evitar acidentes envolvendo vidros transparentes e espelhados, a exemplo do que acontece em outras regiões.
A exemplo do projeto “Entre a Vida e o Vidro”, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a proposta da parlamentar sugere a ampla divulgação de métodos preventivos às colisões, como uso de adesivos, películas, pinturas, entre outros, assim como a recomendação aos setores responsáveis para que adotem novas regras sobre fachadas de prédios, estimulando, assim, construções que não gerem riscos à nenhuma forma de vida.
O Projeto de Lei agora segue para análise das Comissões Permanentes da Câmara de Mogi das Cruzes. Se aprovada, a iniciativa integra as propostas da vereadora em prol da fauna silvestre no município.